sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A identificação de Pearl Jam com o punk

Por Bruna Madeira

A banda de rock’n’ roll americana mais popular dos anos 90, Pearl Jam, está de volta com turnê mundial comemorando os 20 anos de carreira e se apresenta no Brasil

Cartaz do filme "Pearl Jam Twenty" (Foto: Reprodução)

A banda de Seattle teve início nos anos de 1990, quando explodiu com o estilo de som grunge. As principais influências musicais são bandas punks e de rock clássico como The Who, Neil Young, The Beatles, MC5 e Ramones. Estilos como groove, punk, underground chegando até o folk, são notáveis nos álbuns, assim como as letras que exalam o protesto político, a liberdade de expressão e, referências da vida pessoal do vocalista líder, Eddie Vedder.

Além da turnê para comemorar os 20 anos de carreira, em setembro foi lançado mundialmente o documentário "Twenty Pearl Jam" que narra a trajetória da banda, com imagens e vídeos raros e entrevistas, até com o ex-integrante do Soundgarden, Chris Cornell.  

Nesse embalo punk, a banda californiana The X - formada por John Doe (baixo), Billy Zoom (guitarra) e D.J. Bonebrake (bateria) e Exene no vocal -, surgiu no auge do punk, em 1977, na cidade de Los Angeles, gravou sete álbuns de estúdio entre 1980 e 1993. Convidados pelo próprio Eddie, para acompanhar a turnê sul-americana fazendo a abertura dos shows do PJ. Pouco conhecida e abordada pela mídia mundial, o baixista, John Doe explica o motivo de não se destacarem no cenário "pop": "Somos como o punk deve ser. Algo pequeno, intimista, para jovens que vão a pequenos clubes, e que gostam desse clima meio perigoso e nebuloso do underground".

Banda "X" (Foto: Reprodução)
Mesmo não tocando o punk "puro", é visível a admiração da banda pelo estilo. Eddie sempre presta homenagens as bandas do seguimento em seus shows. O clássico "I believe in miracle" do Ramones, rolou em uma apresentação no Pacaembu em São Paulo, em 2005.



No dia 3 de novembro de 2011, a banda retornou ao Brasil, após de seis anos de espera dos fãs. O show que ocorreu no Morumbi, em São Paulo, voltará a se apresentar na sexta-feira dia 4, seguindo a turnê para o Rio de Janeiro no dia 6, Curitiba no dia 9, e terminando no dia 11 de novembro de 2011, em Porto Alegre.

sábado, 29 de outubro de 2011

Punk nas telonas

Por Bianca Santos

Figurino do personagem Edward, do filme Edward Mãos de Tesoura (Foto: Reprodução).

O filme Edward Mãos de Tesoura, rodado em 1990 pelo diretor Tim Burton, se tornou um clássico das telonas tanto por seu enredo, que se compara muito a um conto de fadas gótico, quanto pelo seu figurino permeado por elementos dark e punk. 

Edward é praticamente um Frankstein moderno, já que partiu da criação de um inventor pouco convencional, portanto possui tesouras no lugar das mãos. Sua vestimenta consiste em peças de couro preto, fivelas e rebites para dar um ar mais pesado e intimidante, já que ele não se relaciona com as pessoas por conta de sua condição "anormal". Os cabelos desgrenhados e espetados, e a maquiagem carregada e triste ajudam a construir a mensagem de "ser excluído pela sociedade".

A estética de Edward muito se asemelha à dos punks (Foto: Reprodução)

A construção da personagem de Edward tem relação tanto ao punk em forma estética quanto em forma ideológica. Mostra como a sociedade, infelizmente, pode julgar, condenar e excluir uma pessoa devido a sua forma de se vestir e de se expressar. Edward era diferente, assim como a proposta  que os jovens do movimento punk pregavam. A única diferença é que, no filme, o personagem principal era uma pessoa solitária e infeliz.

Tim Burton conseguiu retratar as diferentes formas de expressão através do filme que marcou gerações e encanta até hoje, com um personagem frágil e que emociona a todos.


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

As influências do punk brasileiro

Por Bruna Madeira

Rock progressivo, MPB,Tropicália e Discotéque: leia e entenda o que isso tem em comum com o punk brasileiro

As bandas "chatas" para parte dos punks brasileiros (Foto: Reprodução / Montagem: Bruna Madeira)

Cansados do estilo rock progressivo de Led Zepellin e da “monotonia” de Deep Purple, os punks brasileiros foram influenciados principalmente por bandas como Ramones, MC5, The Stooges, The Clash, New York Dolls, Dust e Sex Pistols. O jornalista e produtor musical, Ezquiel Neves desabafa: "O progressivo garotinhos, não tá com nada! Eles complicam o rock, e se você complica o rock, você mata o rock."

Bandas influentes para o movimento punk no Brasil (Fotos: Reprodução / Montagem: Bruna Madeira)
A MPB (Música Popular Brasileira) estava estagnada e possuía letras que eram discretamente protestantes. Mesmo com a Tropicália - movimento de ocorreu no ano de 1960, influente no meio artístico junto de manifestações tradicionais e, principalmente na música, comandado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Os Mutantes e Tom Zé.
O discothéque também ganhava espaço por volta do ano de 1977, onde suas músicas disco – som de solos de guitarra, pianos elétrico e eletrônico - repercutiam em clubes frequentado por jovens burgueses que dançavam ao som de Donna Summer – rainha do disco- se vestiam no estilo de John Travolta e Olivia Newton-John – jaquetas de couro, brilhantina, saias rodadas de bolinha, sapato boneca, fitas e laços no cabelo - formavam o que viria a ser o disco music.

Tropicália X Olivia Newton e John Travolta (Fotos: Reprodução Montagem: Bruna Madeira)
Um dos primeiros lojistas da Galeria do Rock – um dos principais points dos punks em São Paulo - Luis Calanca, possuí a loja Baratos Afins até hoje, relembra: “Pô, eu até fiquei muito amigo dos punks que frequentavam na Galeria, porque eles adoravam pisar na cara do John Travolta, que a gente botava de tapete no chão”.

A situação tornava-se propícia para mudanças, uma vez que o punk não seguia nenhum desses estilos. O depoimento do guitarrista Clemente, da atual banda Os Inocentes enfatiza: “Estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, para pintar de negro a Asa Branca, atrasar o Trem das Onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer” - caracterizando um marco do movimento que revolucionou a música popular brasileira, e pode expor fortemente sua indignação e protesto, por meio de suas letras de músicas, atitude e vestimenta. 

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Primeira butique punk: SEX

Por Camila Pereira


A loja SEX criou o que ficou conhecido como o visual punk

Fachada da Sex, na King's Road, nos anos 70. Foto (Reprodução)

Inicialmente, a lugar que se tornaria a mais famosa loja punk passou por diversas mudanças e nomes até ficar conhecida como SEX. Localizada em Londres na King's Road em 1970, nascia a Let it Rock, com criações inspiradas no "rei do rock" Elvis Presley e no rock dos anos 50. 
Já em 1972 o couro, as camisetas rasgadas com frases eróticas, e o verniz passaram a ser a principal mercadoria da loja que a essa altura já se chamava Too Fast to Live, Too Young to Die.
Após problemas com a justiça, já que as mensagens das camisetas ficavam cada vez mais debochadas e explícitas, a loja adota  o nome definitivo: SEX.

Westwood e McLarem em dois momentos, quando ainda eram casados. Foto (Reprodução)

Vivienne usando camiseta de sua loja SEX. Foto (Reprodução)
Vivienne Westwood, estilista da loja, contava com a ajuda de seu marido Malcon McLarem na criação das peças, juntos vendiam além das roupas, objetos, discos entre outras parafernálias do mundo do rock. A idéia é que fizessem sua própria arte, quebrando com todos os valores estéticos estabelecidos na época. 

O público alvo da loja era basicamente os jovens que viviam à margem da sociedade, que tinham o mesmo senso moral e estético da jovem estilista e seu marido. McLarem na época já era empresário da banda Sex Pistols,e os enxergava como uma banda vitrine, os garotos frequentavam e vestiam as criações da loja.

Sex Pistols. Foto (Reprodução)
Além de ganharam maior visibilidade a loja crescia, e junto ao novo nome mais uma onda toma conta do visual punk, a borracha e o verniz estavam presentes até na fachada da loja, na cor rosa.

Desde o surgimento da SEX Vivienne alcançou visibilidade na moda, e hoje é umas das estilistas mais conceituadas do mundo. A única diferença é que agora a seus desfiles são de alta costura, e para um público... nobre.

Exposição no CCBB conta história da estética punk

Por Camila Pereira

Se encerrou no mês de outubro a exposição "I am cliché - Ecos da estética punk", no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro

Cartaz do evento(Foto: Reprodução)
A mostra trouxe ao todo cerca de 150 obras, entre fotos, capas de discos, banners entre outros elementos visuais que a estética punk trazia na década de 1970. Toda a revolução artística que ocorreu durante o movimento punk são retratados através das diversas imagens que a exposição trouxe ao Brasil. Algumas salas se transformaram em lojas de discos de vinil, com Sex Pistols, The Clash, entre outros.

David Wojnarowicz registrado por Arthur Rimbaud em NY. (Foto:Reprodução)
Entre os artistas que tiveram suas obras expostas estão: Andy Warhol, Bruce Conner, David Lamelas, David Wojnarowicz, Dennis Morris, Destroy All Monsters, Jamie Reid, Linder, Peter Hujar, Robert Mapplethorpe, Ronald Nameth e Stephen Shore.
Quem teve atenção especial foi a cantora Patti Smith, namorada e musa do artista Robert Mapplethorpe, com uma sala onde apareceram as fotografias feitas por Mapplethorpe.

Patti Smith, por Robert Mapplethorpe(Foto: Reprodução)

Mas afinal, o que significa o termo PUNK?

Por Bianca Santos

(Foto: Reprodução)
O termo punk sobreviveu à numerosas mudanças de significado no decorrer dos séculos. De origem semântica dúvidosa, acredita-se que a palavra foi empregada por volta de 1590 para fazer referência à prostitutas e publicada pela primeira vez em 1605 na peça All's Well That Ends Well, de William Shakespeare. Com o passar do tempo, foi sendo apropriada para designar tudo o que remete ao sujo e desprezível.

Em 1970, o termo punk foi empregado ao dialeto dos jovens ingleses e adquiriu status de gíria para denominar palavras como: podre, lixo, ordinário, vagabundo e sem sentido. Essa era uma forma de caracterizar e verbalizar o estilo de vida que esses jovens adotavam.

Legs McNeil também denota uma definição ao termo punk em seu livro Please Kill Me, publicado em 1997. "A palavra “punk” pareceu ser o fio que conectava tudo que a gente gostava - bebedeira, antipatia, esperteza sem pretensão, absurdo, diversão, ironia e coisas com um apelo mais sombrio."