sábado, 24 de setembro de 2011

A cara do punk

Garotas com típicas maquiagens punk (Fotos: reprodução)

Por Bianca Santos

Olhos bem marcados em tom de preto, boca borrada de batom vermelho e cabelos espetados. Qualquer pessoa ao ler ou ouvir essa definição com certeza irá associá-la automaticamente à estética punk. De fato, e como podemos conferir nas fotos acima, é assim que os membros desse movimento costumavam se "montar". Para uma juventude na qual a maior satisfação era a de transgredir e se rebelar, esses elementos eram acessórios obirgatórios na luta pela desconstução da imagem.

Quanto mais chocante e feio, melhor. Os punks buscavam chamar atenção justamente através do que era grotesco e repugnante aos olhos da sociedade elitista e, até então, eles cumpriam essa tarefa muito bem. Mas foi no meio dessa história que a indústria da moda tratou de tirar a sua vantagem: foi agregando aos poucos, bem sutilmente, tudo o que os seguidores do movimento punk tinham construído até então: inclusive a maquiagem.

 Primavera/Verão 2012 da Iceberg, desfilada na Semana de Moda de Milão (Fotos: reprodução)

Primavera/Verão 2012 da Gucci, desfilada na Semana de Moda de Milão (Fotos: reprodução)

Hoje, mais de 40 anos depois de seu surgimento, é possível encontrar os elementos do movimento punk na moda e em seu extenso mercado. Seja nos editoriais de grandes revistas, como a Vogue, ou na passarela das mais conceituadas marcas do momento, é possível encontrar constantemente pitadas sutis de transgressão e rebeldia.

Nesta temporada de moda que está sendo realizada em Milão o olho preto, como o usado pelos punks, foi a aposta de duas grifes: a italiana Gucci e a francesa Iceberg. Mas não é só nas passarelas que esse tipo de maquiagem aparece constantemente. Modelos e cantoras também gostam de adotar esse estilo mais "pesado". Não é de se admirar que, em breve, essa maquiagem seja desfilada nas boates mais caras de São Paulo, vestindo o rosto da high-society. É a cara do punk: a cara da moda.

As cantoras Avril Lavigne (à esquerda) e Taylor Momsem são adeptas do olho preto e marcado (Fotos: reprodução)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Princesas do punk

Por Camila Pereira

Moda Punk aparece religiosamente em semanas de moda.

O punk rock virou hit, grifes como Balmain e Cristian Louboutin se inspiram em referências como Johnny Rotten (vocalista dos Sex Pistols) para suas coleções. E, de repente, peças rasgadas, tachas, jeans detonados, couro, caveiras e as cores vermelho e preto marcaram essa última temporada.

Desfile Balmain Primevera-Verão 2011. (Reprodução)


Sapato Louboutin Spikes.(Reprodução)


A rebeldia pertinente ao movimento punk se instalou na moda. Mas, quem não gosta de andar por aí sujo e com maquiagem borrada e descabelado, deu um jeitinho de se fazer ver. As blogueiras, mesmo em saltos altíssimos e cabelos impecáveis, também aderiram à moda. E  caveiras começaram a aparecer nos mais diversos looks : camisetas, saias, bolsas, anéis, sapatos. Claro que repletos de strass, purpurina, ou qualquer coisa que as fizessem brilhar.  

Blogueiras e suas respectivas caveiras. (Reprodução)



No auge do movimento punk a ideia era justamente não seguir a moda, o DIY (do it yourself ,ou, faça você mesmo) era fundamental em qualquer peça, eram roupas improvisadas, rasgadas por eles mesmos, cheias de alfinetes. E traduziam tudo que fosse caro ou desnecessário como ato cafona.
O que a moda atual traz são jaquetas custando cerca de R$15 mil, sapatos por volta dos R$10 mil, e as it girls pagam por isso sorrindo, tá na moda né?!

Jaqueta Balmain, presença punk nas ruas.(Reprodução)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O grito dos Pistols

Por Bruna Madeira


Camiseta à venda no site 

God save the queen                                           
She ain't no human being                                 
There is no future                                                
In England's dreaming                                       

Deus salve a rainha
Ela não é um ser humano
Não há futuro
Nos sonhos da Inglaterra

When there's no future
How can there be sin
We're the flowers
In the dustbin
We're the poison
In your human machine
We're the future
Your future

Quando não há futuro
Como pode haver pecado
Nós somos as flores
Na lixeira
Nós somos o veneno
Em sua máquina humana
Nós somos o futuro
Seu futuro


Logo no primeiro trecho da letra de God Save The Queen é possível sentir um ataque ao conformismo social e à submissão que se passa na Inglaterra. A Inglaterra não tem salvação. A ironia mostra que todos dependem de um só - “a Rainha”, no caso -, assim como a grande massa da população acredita em um só “Deus”.     
A mensagem da música é mostrar que, enquanto todos dependerem e acreditarem exclusivamente em um só comando, irão deixar de ter e de acreditar em seus próprios sonhos, desejos e vontades.  ‘Nós somos as flores, na lixeira’ mostra claramente que o movimento punk é o que se destaca dentro de todo o ‘lixo’ que a sociedade se encontra. Eles se autodenominam a salvação.    
No trecho 'Nós somos o veneno em sua máquina humana', dá pra sentir a cutucada na Revolução Industrial, afirmando que os punks são o diferencial dentro de um contexto totalmente moldado e padronizado pela burguesia e, claro, pela aristocracia.         

Sex Pistols (Repdrodução)

sábado, 10 de setembro de 2011

Uma sociedade de Becky Bloom's

Cena do filme Os Delírios de consumo de Becky Bloom, baseado no livro de Sophie Kinsella (Reprodução)


Por Bianca Santos

O filósofo francês Gilles Lipovetsky não abordou somente a questão da identidade na obra O Império do Efêmero,  escrita em 1987. Ele foi além e levantou questões a respeito do consumo e de como tudo se tornou tão descartável. 

O autor explica que a moda, dentro de suas infinitas possibilidades, trouxe à sociedade moderna uma necessidade de consumir exacerbadamente, sem limites e precedentes e de forma cada vez mais volátil e expressa. Com a influência do capitalismo no mercado e na indústria da moda, a roupa passou a adquirir status fetichista, já que atingiu o nível de luxo e inovação.

Desde então, essa situação só tem se agravado, como podemos observar na sociedade atual, mais de 20 anos depois, na qual o consumo virou uma grave questão socioeconômica e ambiental.

A escritora britânica Sophie Kinsella criou uma personagem que simboliza fielmente o retrato dessa sociedade compulsiva e dependente do mercado da moda. Rebbeca Bloom, mais conhecida como Becky Bloom, é uma jornalista e - como a maioria das pessoas nessa profissão - não tem muito dinheiro na conta bancário. Mesmo assim, Becky tem o desejo de consumir loucamente tudo o que é exposto nas vitrines da 5ª Avenida. Soa familiar para você?

Estamos fadados à essa dependência cada vez mais, mesmo sabendo dos riscos e prejuízos que ela nos ocasiona. É o mundo em que vivemos. Mundo da moda efêmera, mas que satisfaz as Becky Bloom's que existem dentro de cada um de nós.



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Anarquia Punk

Por Bruna Madeira

Fashion Splash é um programa exibido no canal Glitz - TV por assinatura - comandado pela top Marina Dias, todas as quartas a partir das 20:00 horas.

Diante de tantas disponibilidades de vídeos, às vezes fica difícil achar um interessante com conteúdo bacana.
O programa Fashion Slash dedicou alguns minutos e realizou uma matéria deliciosa que conta um pouco de tudo dentro movimento punk.
Trechos com entrevistas com estilistas consagrados, jornalistas,  imagens do estilo punk, referências, história e, claro música, muita música.
Dinâmico, visual e alternativo, a programação prende a atenção sem forçar, banalizar ou fazer qualquer tipo de apologia ao movimento. 

                                                     FASHION SPLASH - ANARQUIA -  Bloco1
                                                                 FASHION SPLASH - ANARQUIA -  Bloco2
                                                                      
 FASHION SPLASH - ANARQUIA -  Final

Heroína da moda

 Kate Moss posando para editorial de moda. (Reprodução)


Por Camila Pereira


A aparição da supermodel Kate Moss fumando no desfile da Louis Vuitton na semana de moda em Paris acendeu questões que andavam mornas.
Se voltarmos ao início dos anos 1990 é possível entender o termo que torna Kate essa heroína as avessas do mundo da moda. A top foi precursora da linha, heroin chic, sempre com o ar esquálido e seu inseparável cigarro em mãos.
Top com seu inseparável cigarro. (Reprodução)
Kate apareceu na passarela fumando (no dia contra o tabaco na Inglaterra, sua terra natal), a atenção foi alcançada. Mas nos faz pensar se usar a top fumando serve também para influenciar essa moda.
Modelos que hoje são sinônimos de saúde e bem estar já estiveram envolvidas na vida pessoal, ou pelo menos estamparam algum editorial de moda nessa linha - heroin chic-  que faz referência clara à heroína (droga) propriamente dita, consumida em larga escala na época.
São constantes os escândalos envolvendo pessoas no mundo da moda sendo internadas em clinicas de reabilitação, pegas em flagrante, e consequentemente estampando as capas de revistas.
A moça da semana de moda parisiense, conhecida além das passarelas por seus envolvimentos com bad boys roqueiros, e por ter fotos suas expostas onde aparece cheirando cocaína, publicadas por tablóides ingleses - fato causador da perda de contratos milionários com grandes marcas -, é a personificação dessa ilustre vida glamurosa e doentia que se esconde por trás das cortinas dos desfiles.