O filósofo francês Gilles Lipovestky é um dos maiores pensadores – se não o maior - no que diz respeito ao mundo da moda e tudo que a envolve, assim como comportamento, cultura e, principalmente, o consumo. O livro “O Império do Efêmero”, escrito por Lipovestky em 1987, é praticamente leitura obrigatória para todos que desejam se aprofundar nos conceitos e paradigmas desse universo tão peculiar, que envolve diretamente todos os cidadãos da era em que vivemos.
No livro, Lipovestky faz a primeira leitura e análise intelectualizada sobre a influência da moda no comportamento social e como ela se tornou parte da história e a essência da sociedade contemporânea. Primeiramente, o autor estabelece a teoria de que a moda, diferentemente do que muitos pensam, não se trata apenas de um universo fútil e superficial. Diferente disso, já que a moda possui forte influência na vida das pessoas e logo pode ser considerada uma instituição tão social quanto a Igreja Católica – é claro que em proporções diferentes.
Desde a década de 1960, a sociedade e a moda sofreram diversas modificações. Esta última passou a fazer parte maior na vida social, com a ruptura do Haute Couture (alta costura), antes viabilizado e consumido apenas pelas classes mais altas. Com essa queda, a moda se democratizou e se tornou mais acessível, mais desejada pela sociedade. É quando a moda se transforma em item da indústria, inclusive da cultural - se não propriamente dela.
Naquele período os produtos começaram a ser feitos em larga escala e, consequentemente, surge o desejo de se adquirir o que é lançado como tendência pelo mercado. Através disso nasce também a liberdade de expressão, revelada em forma de roupa. O ser humano tem, a partir desse momento, o direito de escolher e julgar o que quer vestir de acordo com suas necessidades, anseios, gostos e ideologias.
É quando as pessoas passam a escolher e criar os seus próprios estilos, baseados não só na ação de se vestir, mas também no modo de se comportar, pensar e agir. O resultado de tudo isso foi o nascimento e a ramificação de diversos estilos diferentes que, em sua essência, traziam novas possibilidades - e personalidades.
Para Lipovetsky a moda só se iguala às instituições que organizam a sociedade, pois através dela pode-se adquirir o poder de livre escolha e de formação de opiniões. A moda permite que o ser humano constitua a sua própria identidade - um elemento que, certamente, muitos ainda estão à procura.
O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas.
O Império do Efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas.
Gilles Lipovetsky
1989
Editora Companhia das Letras
Mas não tem uma foto da capa do livro, ou do Lipovetsky ou de ambos?
ResponderExcluirVale tbém link para compra do livro e serviço (editora, páginas, preço etc).